O empreendedorismo social é a prova de que é possível lucrar e transformar o mundo ao mesmo tempo.
Afinal, começar um negócio inovador pode ser a resposta para solucionar problemas de educação, moradia, saúde, meio ambiente e demais desafios sociais.
Mais do que arrecadar recursos, as empresas sociais desenvolvem modelos de negócio em prol da comunidade, buscando a sustentabilidade, autonomia e qualidade de vida.
Neste artigo, você vai entender melhor como funciona o empreendedorismo de impacto socioambiental e descobrir como criar um projeto nessa área.
Siga a leitura e transforme suas causas em negócios.
O que é empreendedorismo social
Para definir o que é empreendedorismo social, podemos pensar em toda iniciativa de negócios - com ou sem fins lucrativos - que oferece soluções para questões sociais, culturais e ambientais.
Mais do que buscar lucros, esses empreendimentos são criados para produzir bens e serviços em benefício da comunidade, promovendo a melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Geralmente, um projeto de empreendedorismo social começa com a identificação de um problema, que pode ser relacionado à educação, saúde, moradia, emprego ou direitos humanos, por exemplo.
A partir dessa questão-chave, o empreendedor social desenvolve atividades comerciais e ações inovadoras para enfrentar o problema e servir permanentemente a uma causa.
Diferentemente de uma ação de caridade ou filantropia, esse tipo de empreendedorismo procura gerar capital social, inclusão e emancipação — ou seja, busca dar autonomia e oportunidades às pessoas.
Assim, ao invés de distribuir cestas básicas para famílias carentes em uma comunidade que sofre com a fome, o empreendedor social teria a ideia de criar um projeto de agricultura urbana, familiar e sustentável, por exemplo.
Dessa forma, as pessoas ganham uma fonte de renda e não dependem mais de ajuda do governo ou de outras instituições - daí o conceito de sustentabilidade econômica.
Mas essa não é a única resposta possível para o que é empreendedorismo social.
Na prática, qualquer ideia que envolva relações comerciais e tenha como foco o benefício da sociedade entra nessa classificação, incluindo modelos com e sem fins lucrativos, que mesclam atividades de voluntariado, filantropia e economia solidária.
O importante é que o negócio seja motivado por um propósito acima dos lucros, e que a noção de sucesso seja a contribuição para um mundo melhor.
Além disso, todo empreendimento social deve:
- Ser inovador
- Ser realizável
- Ser autossustentável
- Envolver várias pessoas e segmentos da sociedade, incluindo a população atendida
- Provocar impacto social e resultados mensuráveis.
O conceito em si é bastante antigo, tendo sido mencionado pela primeira vez no livro Social Responsibilities of the Businessman (University of Iowa Press, 2013), publicado originalmente em 1953.
Porém, o termo empreendedorismo social foi popularizado somente a partir do novo milênio, graças ao sucesso da obra The Rise of The Social Entrepreneur (Demos, 1997) de Charles Leadbeater.
Hoje, a ideia de conciliar negócios com causas sociais é muito atrativa para as novas gerações, que procuram um propósito maior para suas carreiras.
Não à toa, as chamadas startups de impacto social têm se multiplicado e colocado a inovação a serviço da comunidade local e global.
Benefícios do empreendedorismo social
Agora que você sabe o que é empreendedorismo social, já pode compreender os benefícios desses negócios para seus idealizadores e para a comunidade.
Veja o que essas iniciativas inovadoras têm a acrescentar.
Implementação da mudança social
O principal benefício do empreendedorismo social é seu poder efetivo de mudança nas comunidades, para além de ações pontuais ou campanhas eventuais.
Com iniciativas na área de educação, moradia, energias alternativas e saúde, por exemplo, é possível transformar toda a dinâmica social e proporcionar qualidade de vida e desenvolvimento às pessoas.
Geração de renda
Mais importante do que fazer doações é gerar renda para as populações economicamente vulneráveis, proporcionando sustentabilidade à comunidade.
Esse é um dos principais diferenciais do empreendedorismo social, que fornece meios de sobrevivência e independência para as populações participantes.
Criação de soluções inovadoras
Por não ter o compromisso com os ganhos financeiros acima de tudo, o empreendedorismo social também abre espaço para soluções inovadoras que não dependem tanto da lucratividade.
Assim, os empreendedores sociais podem dar vazão à criatividade sem se preocupar unicamente com o retorno sobre o investimento.
Facilidade em obter apoio e recursos
Os projetos de empreendedorismo social também têm a vantagem de atrair apoio, investimentos e crédito.
Afinal, uma boa causa inspira todos que se preocupam com o planeta e a sociedade, e é especialmente interessante para as ações de fomento governamental.
Além disso, essas iniciativas costumam reunir muitos voluntários e apoiadores ao redor do negócio.
Marketing espontâneo
O marketing do empreendedorismo social também exige muito menos esforço, já que ações beneficentes são muito mais fáceis de divulgar.
Hoje, com os consumidores valorizando marcas éticas e buscando empresas alinhadas aos seus propósitos, é ainda mais vantajoso promover negócios que defendem causas.
Exemplos do que é empreendedorismo social
Para entender melhor como funcionam os negócios de impacto socioambiental, vamos conhecer algumas iniciativas locais e globais.
Confira exemplos do que é empreendedorismo social.
GRAAC
O GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) é uma das iniciativas de empreendedorismo social mais conhecidas no Brasil.
A instituição foi criada em 1991 pelo ex-chefe do setor de Oncologia do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina, Antônio Sérgio Petrilli, com o objetivo de oferecer um alto padrão de atendimento às crianças e adolescentes com câncer.
Graças a parcerias com universidades e apoio de milhares de empresas, o GRAAC consegue atender mais de 3.500 pacientes por ano, alcançando altos índices de cura com os tratamentos mais avançados.
Company Shop Group
O Company Shop Group é uma empresa social do Reino Unido que nasceu de uma ideia genial: redistribuir os produtos excedentes de supermercados, varejistas e grandes marcas a preços simbólicos para a comunidade.
A missão do negócio é acabar com o desperdício e aumentar o poder de compra das famílias socialmente vulneráveis.
Em dez anos, a empresa já proporcionou um retorno de mais de € 100 milhões aos seus parceiros, ao mesmo tempo em que ajuda a prover mais de 56 milhões de refeições ao ano.
Livre
A Livre é uma startup premiada do empreendedorismo social brasileiro, que oferece equipamentos para ampliar a mobilidade de pessoas com deficiência.
A missão da empresa é “recuperar a liberdade perdida” desses cidadãos, oferecendo o chamado “Kit Livre”: um mecanismo que pode ser agregado à cadeira de rodas para se tornar um triciclo elétrico motorizado.
A solução tem autonomia de 25 quilômetros e ajuda pessoas com deficiência a superarem qualquer terreno, recuperando o protagonismo de suas vidas.
Como fazer um projeto de empreendedorismo social
Você já pensou em criar seu próprio projeto de empreendedorismo social?
Siga os passos abaixo para fazer a diferença no mundo!
1. Encontre sua causa
O primeiro passo para se tornar um empreendedor social é encontrar uma causa pela qual você seja completamente apaixonado.
Você quer mais dignidade para os idosos? Salvar as florestas do desmatamento? Combater a pobreza e a falta de oportunidades das populações vulneráveis?
Em todas as áreas, há espaço para criar iniciativas que beneficiam pessoas e o planeta — você só precisa encontrar a bandeira que move seus sonhos.
2. Combine a causa às suas habilidades
Depois de encontrar seu propósito no empreendedorismo social, é interessante que você combine a causa com suas principais habilidades.
Por exemplo, se você é da área de finanças, pode criar uma iniciativa de microcrédito para financiar pequenos negócios em uma comunidade.
Agora, se você é da tecnologia, talvez seja mais produtivo desenvolver softwares e aplicativos para criar redes de apoio digitais e soluções para a sociedade.
3. Escolha um modelo de negócio
Para empreender com foco no social, você vai precisar de um bom plano de negócio e de um modelo economicamente viável.
Você pode, por exemplo, criar um produto inovador e reverter todo o lucro para a causa escolhida, empregar populações vulneráveis em cooperativas ou mesmo desenvolver modelos de economia compartilhada.
O importante é monetizar sua ideia de alguma forma, pois o objetivo da empresa social é ser autônoma e independente de financiamento de terceiros.
4. Busque apoio para o capital inicial
Ao elaborar seu plano de negócio social, você pode buscar apoio de pessoas que acreditam na mesma causa para obter o capital necessário.
Uma das formas mais práticas é criar uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding) em plataformas como Catarse e KickStarter.
5. Construa um negócio sustentável e escalável
A ideia dos empreendimentos sociais é que alcancem o máximo de pessoas possível e sejam totalmente sustentáveis (ambientalmente e economicamente).
Por isso, é importante manter uma boa gestão financeira e atrair investimentos para fazer a empresa crescer, como em qualquer outro segmento do mercado.
De acordo com o 2º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental, publicado em 2019 pela Pipe Social, 42% dos empreendedores sociais do Brasil ainda dependem totalmente de capital próprio, enquanto 34% investem do próprio bolso e também captam recursos.
Ou seja: há uma saga constante em busca da sustentabilidade financeira para esse tipo de negócio no Brasil.
Logo, se você pretende se aventurar no empreendedorismo social, comece assumindo o desafio da captação de recursos.
Para finalizar, uma dica valiosa: aceleradoras como a Artemisia podem ajudar você a impulsionar seu negócio de impacto social.
Viu como é possível ganhar dinheiro e mudar o mundo ao mesmo tempo?
E você, em nome de qual causa estaria disposto a empreender?
Deixe seu comentário com ideias e planos 💭💙